sábado, 20 de outubro de 2007

Nosso pensamento....


Um grande problema quando pensamos na ética na educação é estabelecer critérios para diferenciar o que é bom e não é bom no ser humano.. quando falamos de coisas ou de determinadas tarefas é simples: sabemos se um prego é bom ou não porque sabemos para que ele serve.. mas e o ser humano? não sabemos para que ele serve... No entanto, as coisas se tornam menos difíceis se pensarmos no que é o ser humano. Podemos definir o homem de diversas formas. Uma delas é pensar que o ser humano é aquele que estabelece um tipo de comunicação eficiente o bastante para permanecer para além de sua existência, podendo assim transmitir sua cultura e acumular conhecimento. Também podemos pensar em outras características para pautar a prática docente. Somos seres racionais, ou seja, precisamos de raciocínio lógico e coerente na educação para formar homens. Somos seres livres, condicionados pelo meio, mas não determinados. Por isso, precisamos de um pensamento criativo que ajude nossos alunos a atualizarem sua potência como humanos. E somos (talvez, principalmente...) seres sociais, o que nos dá a necessidade do pensamento ético na educação. Acredito então que a tarefa do educador passa a ser então a de estabelecer uma comunicação adequada para estimular o pensamento lógico, criativo - porque livre - e ético.

Mas será que nosso pensamento tem essas características para que possamos pensar em como fazer isso com as crianças?...

A obra trifásica "Homem" é de Sérgio Prata.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Dia dos professores


Neste dia (que já está acabando) o NEFiC deseja a todos os professores muita felicidade em sua profissão e neste caminho que trilhamos na reflexão, rumo à construção de uma educação mais digna de um país tão lindo como o nosso. Que possamos sempre construir pontes para um futuro melhor para os que nos sucederão...

FELIZ DIA DOS PROFESSORES A TODOS!!!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Educação sem qualidade

Reproduzo abaixo notícia publicada hoje, como matéria de capa da Folha de São Paulo.


Alunos do 3º ano têm nota de 8ª série
Em SP, no final do 2º grau, 43% dos estudantes mostram conhecimentos de leitura e escrita esperados da 8ª série

Na escola pública, a situação é ainda pior, segundo dados inéditos de um exame federal de avaliação de aprendizagem

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase a metade dos estudantes do Estado de São Paulo termina o ensino médio (antigo colegial) com conhecimentos em escrita e leitura esperados para um aluno de oitava série.
Dados inéditos extraídos do último Saeb -exame federal de avaliação de aprendizagem-, realizado em 2005, revelam que 43,1% dos alunos do terceiro ano tiveram notas inferiores a 250, patamar fixado como o mínimo para a oitava série pela secretária de Estado da Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro.
Ou seja, eles não conseguem, por exemplo, compreender o efeito de humor provocado por ambigüidade de palavras ou reconhecer diferentes opiniões em um mesmo texto.
Outros 15,2% dos alunos tiveram desempenho ainda pior, similar ao desejado para crianças da quarta série do ensino fundamental (antigo primário).
O quadro seria ainda mais dramático se os alunos da rede privada fossem retirados da conta, uma vez que a média dos estudantes das escolas públicas estaduais é 21,2% inferior à dos alunos das particulares.
Talita Lima de Araújo, 18, que estudou em uma escola estadual na Pompéia (zona oeste de SP), reclama da precariedade do ensino público. "Quando você termina o ensino médio, só percebe um vazio. Não temos chance no vestibular."
Os dados no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) comprovam a impressão de Talita. A média da oitava série da rede privada (285,8) é maior que a do terceiro ano do ensino médio da rede estadual (253,6).

Causas
Dagmar Zibas, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e uma das maiores especialistas em ensino médio no país, diz que o péssimo desempenho é conseqüência das condições de trabalho dos educadores.
"Não é possível que um professor, que já tem formação deficiente, dê aulas em duas ou três escolas. Ele não sabe nem o nome dos alunos. Chega, faz a chamada, dá algumas instruções e já tem de correr para a próxima aula", afirma.
Segundo a Secretaria Estadual da Educação, 70% dos professores têm emprego em outra rede -ou seja, no mínimo dobram a jornada.
O educador e filósofo Mario Sergio Cortella, secretário municipal de Educação de São Paulo entre 1991 e 1992 na gestão Luiza Erundina (então no PT), diz que o ensino médio cresce como nunca na história do país. "Nos últimos dez anos, quase triplicamos o número de alunos, muitos com atraso escolar. Se aumentamos imensamente o universo de alunos, houve inversamente uma degradação das condições de trabalho. Faltam professores".
Cortella diz que essa "colisão" (mais alunos e menos professores) se agravou pela promoção automática nas escolas. "Estamos colhendo o que foi organizado há dez, 15 anos."
O educador diz não ser contra a progressão continuada, mas afirma que ela foi mal implementada. Segundo ele, é necessário haver haver um sistema de recuperação eficiente, para que o aluno com dificuldade avance com as condições adequadas.
Já o professor da Faculdade de Educação da USP Romualdo Portela reclama da descontinuidade administrativa. "Apesar de o mesmo partido comandar o Estado, cada secretário teve uma agenda, o que causou uma descontinuidade", diz.
Para Maria Helena, que assumiu a secretaria do governo José Serra (PSDB) há cerca de dois meses, presidiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais e ajudou a implantar o Saeb, o problema está na alfabetização deficiente, ocasionada pela má formação dos professores e por materiais didáticos de má qualidade.
Ela afirma que um pacote lançado pelo governo irá melhorar a situação.
Secretário de Educação à época da prova, durante o governo Geraldo Alckmin (PSDB), Gabriel Chalita foi procurado pela Folha, mas preferiu não se manifestar.
A prova do Saeb é aplicada em todo o país, de forma amostral, a cada dois anos, nas quartas e oitavas séries do ensino fundamental e no terceiro ano do ensino médio. O exame deste ano será realizado no mês que vem.