Ontem mais uma motorista se tornou ilustre, por trafegar na contramão em uma das vias de tráfego rápido dos nossos centros urbanos.
Há alguns meses foi um bancário a matar-se depois de seguir alguns quilômetros na contramão da rodovia Castelo Branco. Na semana passada, uma professora que resolveu pegar a rodovia dos Imigrantes na contramão porque lhe faltavam os quinze-e-poucos reais do pedágio. Ontem, outra bancária mostrou-se adepta da "mão-inglesa" no corredor norte-sul de São Paulo.
A Folha de São Paulo de hoje noticiou que este foi o oitavo caso semelhante neste ano (veja a matéria completa aqui). Não acho que é mera coincidência.
Exercitando o papel de filósofo, penso aonde chegaremos se nos espantarmos com esses casos. Se perguntarmos: "quem está na contramão? Essas pessoas, profissionais que passaram a vida "seguindo a cartilha" - estudaram, tiveram bons empregos, "trabalhadores honestos", como se diz... estariam eles na contramão? Ou é o mundo que vai pro lado errado?
Chama a atenção o fato de não serem fanáticos religiosos ou revolucionários suicidas. São pessoas que, parece, fizeram ao longo de suas vidas aquilo que se espera de um bom moço ou uma boa moça. Esta última bancária, nem aparentava estar alcoolizada ou sob efeito de outros tipos de drogas. Não, simplesmente piraram.
Minha hipótese: o mundo (não o físico, é claro) está indo na contramão da humanidade das pessoas. Ele, o mundo, está exigindo que sejamos desumanos. E quando estouramos, simplesmente seguimos a mão correta - que no mundo invertido, chama-se contramão
terça-feira, 27 de maio de 2008
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