sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Crianças e política

Aproveitando a polêmica da postagem sobre as musiquinhas que não saem da nossa cabeça (sejam elas do bem ou não rs), conto aqui uma história de sala de aula.
Estou trabalhando com os quintos anos (antigas quartas séries) o tema das eleições. No início do ano, quando comecei a trabalhar o tema da ética com esses alunos, antecipei que depois das férias trabalhariamos o tema da Política. Foi uma vaia completa, o desastre pedagógico! Não queriam de jeito nenhum. "Porque eu não gosto de política", "Porque todos os políticos são corruptos", porque isso e porque aquilo... O tempo foi passando, conversamos sobre Aristóteles, Kant, Platão, Shopenhauer e as crianças começarama a se interessar pelo tema. Quando voltamos das férias, a política já não era mais tão assustadora. Hoje, depois de um mês de aula, meus alunos começam a enterder a idéia de representação política e se preparam para colocar no papel a idéia de seus partidos imaginários.
Bem, mas porque estou contando essa história? Porque acredito que esse é um exemplo que demostra que política não é para os intelectuais que tem muita paciência. Política e para todos os moradores da polis. TODOS. Cada um da sua forma. As crianças ainda não vão às urnas, mas se não forem preparadas, não irão nunca de fato. Se a função da escola é preparar cidadãos, estamos pecando, e muito, no que tange a participação política... Elas também vivem mergulhadas nesse mundo de carros de som e propagandas eleitorais: deixar esse mundo a margem agora é talvez deixá-lo assim para sempre...

Um comentário:

Lupércio disse...

É isso aí Lara.
Você está mais do que certa, ensina-se política, se é que isto é possível, não com discursos chatos e enfadonhos, mascom a própria política.
Valeu