terça-feira, 2 de setembro de 2008

Educação e Eleição

É incrível a relação íntima entre educação e eleição, relação que se dá em diversos sentidos. Atualmente vivemos esta relação estando as correntes eleições em período de campanhas (portanto, pré-eleitorais). E a educação, mais notadamente a falta dela, é invariavelmente presente. Filosoficamente falando, é de espantar:

Relato 1
Em função de compromissos diversos, fico pouco em minha cidade, São Caetano do Sul. Ainda assim sofro a falta de educação dos candidatos. Dia destes eu aguardava, em minha moto, para cruzar uma das grandes avenidas da cidade. Em seu canteiro central, diversas placas (madeirites ou equivalente) com fotos feias e pouco criativas de candidatos, sustentavam-se presas entre blocos e tijolos. Uma destas placas, caída. Surpreendi-me ao ver uma imponente pick-up parar, em plena faixa da esquerda, tumultuando o trânsito. Dela, desceu um sujeito, ergueu a placa eleitoral que estava caída, ajeitou-a bem para que o vento não tornasse a derrubá-la. Qual não foi minha surpresa ao ver que a foto na placa era a do próprio sujeito que, em função da campanha própria, prejudicou o trânsito da cidade...

Relato 2
Normalmente trabalho à noite. Como no nosso país a educação superior é jogada ao período noturno - quando os estudantes já empreenderam seu maior esforço na produção, ao longo do dia, e têm que 'se virar' pra conseguir aprender à noite -, saio das minhas aulas por volta das 23h e não consigo dormir. Leio, escrevo, assisto filmes, conversos com outros notívagos... enfim... Troco, efetivamente, a noite pela manhã. Mas desde o início da campanha, sem que me fosse pedida licença, acordo invariavelmente com feias e aborrecedoras músicas de candidatos, que poluem o ambiente sonoro desde carros de som (normalmente carros muito velhos, que também poluem bastante o ambiente...). Ouço os candidatos, as músicas e os narradores durante todo o tempo em que estou em casa, de segunda a domingo. Detalhe: moro ao lado de duas escolas, uma das quais especial, além de um teatro. Lembro-me ter aprendido sobre uma lei que proíbe som alto perto das escolas... lembro-me mesmo de ter lido no código de trânsito que há um limite máximo para o volume do som emanado pelos veículos em geral... mas não me lembro de nenhum destes candidatos sonoros se preocuparem com os munícipes, neste sentido.

Pensando em toda esta falta de educação, reflito e concluo:

Reflexão
Os candidatos são pessoas individuais, privadas, que querem cuidar do bem público, elegendo-se. Como poderão cuidar do bem público depois de eleitos, se já desrespeitam o público em benefício privado, antes mesmo das eleições?

Conclusão
Outras conclusões estão por se tirar desta campanha, mas no mínimo uma tenho a registrar: não votarei em nenhum destes candidatos sonoros. Estes perderam meu voto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gilberto é do bem???

Lupércio disse...

Realmente vivemos em uma cidade que reflete perfeitamente o que há de mais provinciano em política.
Sou solidário ao Daniel. E o pior, as músicas parecem chiclete.
E tem mais, só tem um candidato do bem, o resto é do mal...rsrsrs
Bem?
Lupércio