Veja reportagem e vídeo sobre a sabatina com o Ministro da Educação, Fernando Haddad.
Para ele, o professor ganha mal mesmo, e tem aumento de salário só em ano de eleição.
Sincero, pelo menos, o ministro é.
Veja em http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u385636.shtml
sábado, 29 de março de 2008
O que é uma boa escola?
Planejamento pedagógico, olhar individual sobre o aluno, acesso à educação infantil (zero a cinco anos), valorização da leitura, gestão participativa, avaliações dos profissionais, valorização do professor: são essas algumas das razões indicadas pela pesquisa elaborada em parceria entre o Ministério da Educação, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) para explicar o sucesso de 37 escolas que tem em comum a nota quatro no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que vai de um a dez) e desempenho superior a de outras redes de ensino nas mesmas condições socioeconômicas.
Veja a reportagem em http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u385477.shtml
Veja a reportagem em http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u385477.shtml
sexta-feira, 28 de março de 2008
Pequim 2008
De dois em dois anos temos o evento mais importante da democracia: as eleições. Por ironia do "destino" nos mesmos anos também temos Copas do Mundo e Olimpíadas. Não demora muito, as escolas serão invadidas por trabalhos, trabalhinhos e trabalhões sobre o país que sediará os jogos olímpicos.
A filosofia bem que podia dar uma forcinha também, não é?...
Vamos pensar ao invés de fazer cartazes com bandeiras, nome da moeda e números e mais números que não dizem nada?...
Que tal conversamos criticamente sobre o comunismo ao invés de entupirmos a cabeça de nossos pequenos alunos com enxurradas de senso comum sobre "utopias"?...
E sobre as questões do Tibet? Vamos conversar sobre liberdade e vamos nos lembrar que ela não é um privilégio dos bem nascidos e sim um direito humano, tantas vezes negado pelos interesses de quem quer mais terras, dinheiro, petróleo, fanatísmos, etc...
Vamos pensar sobre nosso consumo desenfreado que atira milhares em porões de fábrica e que logo logo fará feijoadas com selo "made in china"?
Vamos pensar... Os cartazes das bandeiras e com os mascotes das Olimpíadas, por vezes, ficam realmente bonitos...
Mas eles tem, de fato, algum sentido diante dessas questões?...
quinta-feira, 27 de março de 2008
Evento: Filosofias Contemporâneas
De 7 a 11 de abril o Curso de Filosofia da Metodista vai promover a XII Semana de Filosofia, que terá como título geral Filosofias Contemporâneas. O evento procurará fornecer aos participantes um panorama parcial da diversidade e da pluralidade que marcam a filosofia e a sociedade atuais. As inscrições são gratuitas e o evento é aberto à comunidade em geral. As informações mais detalhadas, incluindo currículo dos palestrantes e ementas das palestras estão disponíveis no site do curso.
Clique no cartaz abaixo para ampliá-lo.
Clique no cartaz abaixo para ampliá-lo.
terça-feira, 25 de março de 2008
Universidade: Compreender o Todo.
Quando os europeus inventaram aquilo que chamaram de universidade, por volta do século XII, imaginavam que seria possível dar ao homem uma formação de tal modo completa que nada deixasse de ser compreendido por aqueles que passassem por ela. Esse sonho medieval estava longe da idéia de se abarrotar a cabeça do estudante com todo o conhecimento possível, o que seria um acúmulo inútil de informações. Montaigne traduziu bem esse espírito ao afirmar que mais valia uma cabeça bem feita que uma cabeça bem cheia. Os medievais eram sutis: compreender tudo não é o mesmo que saber tudo, mas indica antes a necessidade de um ponto de apoio, um ponto de vista que nos dê uma imagem ou apreensão da realidade que tenha sentido e seja conseqüente para nossas ações. A universidade, no seu nome, carrega essa vocação: universitas refere-se, entre outras coisas, a uma instituição que verse sobre o um (o uni da palavra universidade), esse um significando tudo aquilo que nos rodeia. O que se esperava de um universitário, portanto, é que tivesse essa visão do todo, que se colocasse em um local de onde pudesse tirar uma opinião razoável sobre o real, sobre a vida, sobre o mundo.
Só que essa idéia medieval, se em algum momento foi posta em prática, hoje está francamente em decadência, já que no mundo contemporâneo trocamos de ênfase: no lugar de nos ocuparmos em compreender o todo, somos levados a crer que o mais importante é dominar o específico, o detalhe. Ainda quando ouvimos falar da importância de uma formação abrangente, humanista ou holística, ela é, muitas vezes, lembrada como a maneira mais eficaz de se conseguir sucesso em um campo quase sempre particular: a carreira ou a profissão. A naturalização do discurso econômico na modernidade, que substituiu o Deus cristão dos medievais pelo Mercado, causou uma transformação tão profunda quanto imperceptível: somos tranqüilamente levados a crer que a tarefa da educação, e em especial da educação superior, seja a de facilitar nossa vida, ou, dito de outro modo, colocar toda a gente no tal Mercado. Na verdade, é justamente o contrário: a universidade deveria abrir as portas para complexidade da condição humana, e isso não é alguma coisa fácil ou simples. Acreditar que o sucesso econômico ou profissional seja o indicador mais adequado dos resultados da formação universitária é prova de ignorância histórica, pelo menos. Mas será também a prova de uma ignorância cultivada nos bancos da universidade, tantas vezes incapaz de ensinar a compreender.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Existência e essência
Conversava com um amigo por e-mail (conversas de tempos pós-modernos[?]) sobre a existência ou não de uma determinada coisa. Para quem não freqüenta o universo filosófico pode parecer "papo de doidos", mas não é (eu acho).
Uma coisa é determinar a existência de algo concreto, material - daquilo que alguns filósofos da ciência chamam de realidade objetiva. Poderia parecer inutilidade, por exemplo, discutir a existência ou não do monitor em que você está lendo esse blog (ainda que há filósofos que o façam... e com alguma razão...).
Mas outra coisa é determinar a existência de algo abstrato. Por exemplo: imagine você e seu grupo de amigos. Cada um dos seus amigos existe, é uma realidade objetiva. Individualmente, a existência está dada. Mas o que permite afirmar com propriedade que "o grupo" existe? Sobretudo porque essa entidade abstrata, "o grupo", é profundamente subjetiva: depende da visão e da percepção que cada um tem desta abstração. Trata-se, assim, de uma realidade subjetiva. Veja-se que o fato de ser subjetiva não faz com que seja menos real que a realidade objetiva.
Continuemos com o grupo de amigos do exemplo acima. À pergunta: o que permitiria afirmar que o grupo (não os indivíduos) existe?, a Filosofia proporia um sem-número de respostas possíveis. Uma das mais originárias da tradição filosófica assumiria o idealismo platônico como posição. Há uma idéia de grupo, da qual todos os indivíduos desse grupo participam, cada qual a sua maneira. Essa idéia poderia ser o elemento de unidade dos indivíduos, garantindo a exsitência do grupo mesmo que ele deixasse de se reunir (ou a-grupar) por muitos anos. Neste sentido, a essência é a própria existência.
Essa última afirmação - a essência é a própria existência - necessariamente faz lembrar uma importante máxima filosófica contemporânea: a existência precede a essência. Evidentemente que esta diverge, mais, é oposta à anterior. Aqui, entende-se que a existência do grupo, sua ação prática, é quem formaria e moldaria um grupo enquanto tal, e nesse moldar-se o grupo constituiria, a partir dos atos existentes, sua essência. Essa segunda tese, talvez possa ser ilustrada nas palavras de Jean-Paul Sartre, quando diz que "só há realidade na ação [...] só existe na medida em que se realiza, não é, portanto, nada mais do que o conjunto dos seus atos, nada mais do que a sua vida". Se o grupo não se reúne, não se "a-grupa", não há ação e portanto não há realidade, o que levará por sua vez à inexistência ou à perda da essência.
É no mínimo curioso como a Filosofia pode dar sentido a uma discussão aparentemente tão abstata, tal qual a existência ou não de algo...
A citação foi extraída do texto O existencialismo é um humanismo, de Sartre.
Uma coisa é determinar a existência de algo concreto, material - daquilo que alguns filósofos da ciência chamam de realidade objetiva. Poderia parecer inutilidade, por exemplo, discutir a existência ou não do monitor em que você está lendo esse blog (ainda que há filósofos que o façam... e com alguma razão...).
Mas outra coisa é determinar a existência de algo abstrato. Por exemplo: imagine você e seu grupo de amigos. Cada um dos seus amigos existe, é uma realidade objetiva. Individualmente, a existência está dada. Mas o que permite afirmar com propriedade que "o grupo" existe? Sobretudo porque essa entidade abstrata, "o grupo", é profundamente subjetiva: depende da visão e da percepção que cada um tem desta abstração. Trata-se, assim, de uma realidade subjetiva. Veja-se que o fato de ser subjetiva não faz com que seja menos real que a realidade objetiva.
Continuemos com o grupo de amigos do exemplo acima. À pergunta: o que permitiria afirmar que o grupo (não os indivíduos) existe?, a Filosofia proporia um sem-número de respostas possíveis. Uma das mais originárias da tradição filosófica assumiria o idealismo platônico como posição. Há uma idéia de grupo, da qual todos os indivíduos desse grupo participam, cada qual a sua maneira. Essa idéia poderia ser o elemento de unidade dos indivíduos, garantindo a exsitência do grupo mesmo que ele deixasse de se reunir (ou a-grupar) por muitos anos. Neste sentido, a essência é a própria existência.
Essa última afirmação - a essência é a própria existência - necessariamente faz lembrar uma importante máxima filosófica contemporânea: a existência precede a essência. Evidentemente que esta diverge, mais, é oposta à anterior. Aqui, entende-se que a existência do grupo, sua ação prática, é quem formaria e moldaria um grupo enquanto tal, e nesse moldar-se o grupo constituiria, a partir dos atos existentes, sua essência. Essa segunda tese, talvez possa ser ilustrada nas palavras de Jean-Paul Sartre, quando diz que "só há realidade na ação [...] só existe na medida em que se realiza, não é, portanto, nada mais do que o conjunto dos seus atos, nada mais do que a sua vida". Se o grupo não se reúne, não se "a-grupa", não há ação e portanto não há realidade, o que levará por sua vez à inexistência ou à perda da essência.
******
É no mínimo curioso como a Filosofia pode dar sentido a uma discussão aparentemente tão abstata, tal qual a existência ou não de algo...
A citação foi extraída do texto O existencialismo é um humanismo, de Sartre.
sexta-feira, 7 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
Convite - debate
No próximo dia 12/3 (quarta-feira), as 19h30, o Curso de Filosofia da Universidade Metodista vai promover um colóquio sobre Filosofia e Modernidade", ocasião em que será lançado o livro homônimo. Debaterão o tema os professores e autores do livro:
- João Regis Lima - doutor em Filosofia (Estética) pela USP;
- Marcelo Carvalho - doutor em Filosofia (Linguagem) pela USP; e
- Suze Piza - doutoranda em Filosofia (Política) pela UNICAMP.
O evento ocorrerá no auditório do Ed. Iota, campus Rudge Ramos, será gratuito e aberto ao público em geral.
Para outras informações, mande um e-mail ou telefone para 4366-5891
- João Regis Lima - doutor em Filosofia (Estética) pela USP;
- Marcelo Carvalho - doutor em Filosofia (Linguagem) pela USP; e
- Suze Piza - doutoranda em Filosofia (Política) pela UNICAMP.
O evento ocorrerá no auditório do Ed. Iota, campus Rudge Ramos, será gratuito e aberto ao público em geral.
Para outras informações, mande um e-mail ou telefone para 4366-5891
Assinar:
Postagens (Atom)