O papel da didática no ensino superior
Algumas coisas parecem não sofrer a ação do tempo, o famoso cafezinho brasileiro, a discussão sobre a rodada do campeonato, aqueles programas enfadonhos de domingo, e em especial, aquelas aulas de culinária na TV, e olhe que até de noite tem receita na televisão. Gostaria de deter-me nestes últimos programas citados, eles tem algo que nos interessa de maneira peculiar, a busca por receitas.Se pensássemos no mercado editorial não seria diferente, como ganhar dinheiro, como conquistar um grande amor, como se livrar dos seus problemas, como isto como aquilo, enfim, um sem número de como fazer. Entra ano sai ano este arsenal de receituários esta sempre aí, pronto para nos ajudar, uma coisa é certa, eles ajudam e muito seus criadores...
Com a educação não é diferente, a busca por receitas é algo quase frenético entre uma parcela significativa dos profissionais desta área. E neste quesito a Didática parece ser a palavra de ordem, ou o objetivo a ser buscado.
Afinal, o que é de fato este terreno chamado didática? Não pretendo dar esta resposta até porque talvez me falte conhecimento empírico e teórico para arriscar responder uma pergunta que parece simples, mas que traz em si um significado muito amplo e profundo.Pretendo aqui apenas expressar algumas questões que me incomodam e que, em minha modesta opinião, abrigam grande parte dos problemas do ensino brasileiro, não apenas no nível superior.
A meu ver a busca pela didática ideal é algo parecido com um cachorro que corre atrás do rabo, isto para ficar com um exemplo no mínimo, emblemático. Procura-se alcançar algo inatingível. Ora, a educação é por demais dinâmica para supor-se que existe um nível ideal, quem se julgar neste nível, a meu ver, estará cometendo um equívoco considerável.
O ensino superior é hoje uma área que vem sendo não democratizada, mas popularizada com uma velocidade incompatível com a capacidade de respostas que a demanda exige.
Em um mercado concorrido como este, as empresas se tornam tão grandes que a visão das partes fica comprometida, e o corpo docente é sem duvida, uma parte crucial neste sistema. Cada um tenta se arranjar da melhor maneira, o mercado é competitivo e, nem sempre conhecimento pressupõe colocação, e então a quem recorrer? A resposta genial; a didática.
Mas vejamos, entender o contexto em que se está inserido requer didática ou visão de mundo e sensibilidade para com a realidade que te cerca?
Compreender que o aluno vive em um mundo que exige cada vez mais reconhecendo cada vez menos exige olhar crítico ou didática?
Reconhecer que muitas vezes este indivíduo que está sentado a sua frente, de noite, na condição de aluno, não é apenas aluno, é trabalhador, pai ou mãe de família, e que está ali em condições longe das desejáveis requer didática ou visão mais humana em relação ao próximo?
Perceber-se como responsável por apresentar ao aluno um conhecimento científico, do qual você é portador, da melhor forma possível, respeitando minimamente suas peculiaridades requer boa didática ou comprometimento?
Colocar-se como parte de um todo que precisa urgentemente se desfragmentar para tornar-se de fato uma categoria, que é a docente, requer didática ou humildade e senso de trabalho em equipe?
Enfim, estas e outras questões fazem com que minha visão sobre o ensino superior ainda sejam de espanto, claro que o fato de eu não ter experiência neste segmento torna meu olhar nebuloso, mas pelo que entendo por didática, ela não existe de outra forma que não seja no formato de uma construção constante, de uma ação política, de um ir e vir entre sujeitos que compartilham o mesmo espaço e que precisam, por força das circunstâncias compartilhar conhecimentos; vale lembrar que compartilhar pressupõe troca, o que implica perceber no aluno alguém com forte potencial de contribuição no processo.
Cabe ressaltar aqui que embora eu não tenha me referido ao aluno das Universidades consideradas centros de excelência, minhas questões são parecidas com as citadas anteriormente, só que neste caso, considera-se o aluno ideal, o que não existe.
Se estiver atento e apto a dar respostas coerentes tanto na teoria como na prática para estas questões traduzir-se em didática, podemos afirmar que nela residem nossas soluções, ou boa parte delas.
Contudo, se a didática for algo diferente disto, e tardarmos a perceber o que de fato ela é, uma coisa é certa, teremos encontrado uma discussão que, igual ao hábito da busca por receitas na televisão, não envelhecerá tão cedo.
Algumas coisas parecem não sofrer a ação do tempo, o famoso cafezinho brasileiro, a discussão sobre a rodada do campeonato, aqueles programas enfadonhos de domingo, e em especial, aquelas aulas de culinária na TV, e olhe que até de noite tem receita na televisão. Gostaria de deter-me nestes últimos programas citados, eles tem algo que nos interessa de maneira peculiar, a busca por receitas.Se pensássemos no mercado editorial não seria diferente, como ganhar dinheiro, como conquistar um grande amor, como se livrar dos seus problemas, como isto como aquilo, enfim, um sem número de como fazer. Entra ano sai ano este arsenal de receituários esta sempre aí, pronto para nos ajudar, uma coisa é certa, eles ajudam e muito seus criadores...
Com a educação não é diferente, a busca por receitas é algo quase frenético entre uma parcela significativa dos profissionais desta área. E neste quesito a Didática parece ser a palavra de ordem, ou o objetivo a ser buscado.
Afinal, o que é de fato este terreno chamado didática? Não pretendo dar esta resposta até porque talvez me falte conhecimento empírico e teórico para arriscar responder uma pergunta que parece simples, mas que traz em si um significado muito amplo e profundo.Pretendo aqui apenas expressar algumas questões que me incomodam e que, em minha modesta opinião, abrigam grande parte dos problemas do ensino brasileiro, não apenas no nível superior.
A meu ver a busca pela didática ideal é algo parecido com um cachorro que corre atrás do rabo, isto para ficar com um exemplo no mínimo, emblemático. Procura-se alcançar algo inatingível. Ora, a educação é por demais dinâmica para supor-se que existe um nível ideal, quem se julgar neste nível, a meu ver, estará cometendo um equívoco considerável.
O ensino superior é hoje uma área que vem sendo não democratizada, mas popularizada com uma velocidade incompatível com a capacidade de respostas que a demanda exige.
Em um mercado concorrido como este, as empresas se tornam tão grandes que a visão das partes fica comprometida, e o corpo docente é sem duvida, uma parte crucial neste sistema. Cada um tenta se arranjar da melhor maneira, o mercado é competitivo e, nem sempre conhecimento pressupõe colocação, e então a quem recorrer? A resposta genial; a didática.
Mas vejamos, entender o contexto em que se está inserido requer didática ou visão de mundo e sensibilidade para com a realidade que te cerca?
Compreender que o aluno vive em um mundo que exige cada vez mais reconhecendo cada vez menos exige olhar crítico ou didática?
Reconhecer que muitas vezes este indivíduo que está sentado a sua frente, de noite, na condição de aluno, não é apenas aluno, é trabalhador, pai ou mãe de família, e que está ali em condições longe das desejáveis requer didática ou visão mais humana em relação ao próximo?
Perceber-se como responsável por apresentar ao aluno um conhecimento científico, do qual você é portador, da melhor forma possível, respeitando minimamente suas peculiaridades requer boa didática ou comprometimento?
Colocar-se como parte de um todo que precisa urgentemente se desfragmentar para tornar-se de fato uma categoria, que é a docente, requer didática ou humildade e senso de trabalho em equipe?
Enfim, estas e outras questões fazem com que minha visão sobre o ensino superior ainda sejam de espanto, claro que o fato de eu não ter experiência neste segmento torna meu olhar nebuloso, mas pelo que entendo por didática, ela não existe de outra forma que não seja no formato de uma construção constante, de uma ação política, de um ir e vir entre sujeitos que compartilham o mesmo espaço e que precisam, por força das circunstâncias compartilhar conhecimentos; vale lembrar que compartilhar pressupõe troca, o que implica perceber no aluno alguém com forte potencial de contribuição no processo.
Cabe ressaltar aqui que embora eu não tenha me referido ao aluno das Universidades consideradas centros de excelência, minhas questões são parecidas com as citadas anteriormente, só que neste caso, considera-se o aluno ideal, o que não existe.
Se estiver atento e apto a dar respostas coerentes tanto na teoria como na prática para estas questões traduzir-se em didática, podemos afirmar que nela residem nossas soluções, ou boa parte delas.
Contudo, se a didática for algo diferente disto, e tardarmos a perceber o que de fato ela é, uma coisa é certa, teremos encontrado uma discussão que, igual ao hábito da busca por receitas na televisão, não envelhecerá tão cedo.
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