sábado, 23 de agosto de 2008

A revista Veja e a educação.

A revista Veja desta semana traz uma matéria interessante sobre a qualidade da Educação no Brasil, especialmente relacionada à representação que os pais têm em relação às escolas.
É “admirável” como este país tem especialistas em Educação, tem sempre alguém pronto para criticar. Agora, quando a critica se baseia em índices obtidos em provas regulamentadas internacionalmente, caberia refletir sobre quem estabelece o que perguntar nestes tipos de provas, etc.. Qual seria o referencial para a elaboração destes questionários?
Que a educação tem muitos problemas é inegável, mas compará-la com a educação em países como a Finlândia, com características tão diferentes das nossas, em todos os aspectos, é, a meu ver, temeroso.
Não tenho a intenção, nem tampouco condições, de desqualificar o texto citado, mas convido a todos aqueles que de alguma forma se interessam pela Educação a ler atentamente a reportagem da Veja.
Alguém duvida que a educação seja um ato político? Que postura adotar, qual deve ser o posicionamento do professor e as intencionalidades da pratica docente pode e deve ser alvo de reflexão, mas negar que a educação é um ato político é um equívoco.
Oras, se a Educação é um ato político e em geral o povo e os professores são oriundos do proletariado, como pode a revista citada fazer uma crítica contundente em relação ao posicionamento político do professorado? A partir de exemplos estereotipados a reportagem julga e condenada o todo pela parte. Pretender que o professor alheie-se de criticas é pretender que formemos alunos acríticos.
Enfim, hoje escrevo este desabafo porque fiquei intrigado não só com o posicionamento da revista, mas também com o posicionamento dos vários professores com os quais conversei durante esta semana, quase todos sabiam tudo sobre as Olimpíadas, que é importante é claro, mas sequer tinham parado para olhar a capa da Revista. Convido a todos, mais uma vez, a lerem a matéria e comentarem.
Bom final de semana a todos.

Um comentário:

Daniel Pansarelli disse...

Lupércio,
Recentemente escrevi um breve texto sobre essa sua pergunta: quem estabelece os critérios para as avaliações públicas da educação nos países do terceiro mundo? E, principalmente, qual racionalidade (lógica, razoabilidade) norteia esse tipo de avaliação.
Penso que, dependendo da intenção do avaliador, ser mal avaliado pode ser até bom...