Motivado pela postagem abaixo, da Larissa, me coloquei a pensar em outro aspecto da mesma questão: pra quem serve a Filosofia. Ou mais precisamente, pra quem ela não serve, é prejudicial, um algo a ser eliminado.
É fato que a Filosofia se caracteriza pela postura de estranhamento do cotidiano: o "espantar-se" diante de um fato qualquer marca o início de uma reflexão mais aprofundada, diferente daquela reflexão superficial de quem olha sem espanto para um objeto rotineiro.
Eu, pessoalmente, não compartilho com a idéias de alguns colegas de profissão, que entendem que apenas os iniciados na filosofia são capazes de pensar ou refletir. Acredito que haja uma postura reflexiva mesmo no mais manipulado dos sensos comuns - se não a houvesse, não haveria também a possibilidade de manipulação.
O fato é que a Filosofia chama por uma postura mais aprofundada de reflexão crítica, a qual não interessa àqueles e àquelas que ganham com as incoerências de um sistema político-econômico. Frente a uma população crítica, não existiria tanto espaço para ganhos lícitos e ilícitos que nos espantam (uso o termo "espantam" filosoficamente falando. Eu me espantei ao ver o lucro divulgado pelos grandes bancos, a corrupção sentada na cadeira da presidência do Senado Federal e também ao ver o valor do salário mínimo!).
Da primeira pergunta - a quem não interessa a filosofia - surge uma outra: e eu, estou de que lado nesse jogo de interesses... ?
terça-feira, 14 de agosto de 2007
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Um comentário:
Acredito que dois dos grandes problemas que encontramos são:
1- Essas coisas que deveriam nos alarmar já estão ficando tão corriqueiras que passaram a ser o normal... muito nos espantaria um político honesto....
e 2 - a vida sem reflexão que esse não-espanto causa faz com que nos acomodemos em não estar em nenhum dos dois lados... ainda dá para ficar em cima do muro... Mas até quando vamos conseguir nos equilibrar?...
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